quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Meu Enfado Técnico

Estou cansada. Um enfado incompreensível. Cansada de tudo. De tudo o que é medida, métrica, sintaxe.
O enfado é característica humana, como a preocupação. Preocupação? Não. Medo!
Medo do meu público, das críticas. Mas eu nem mesmo tenho público. Aí entra outras características prosaicas dos homens: ambição e vaidade.
Deixo de escrever o que chamo inconsciente. Forço uma cópia...
Maldita perfeição!
Tento com as minhas palavras uma dialética platônica. Esqueço que o real, o ideal, a verdade, não são necessariamente lógicos. Esqueço de viver (de me ver) em cada linha...
Decido que não vou continuar. Assim como a morte de um animal também é vida, decido matar este ser. Vou regredir-progredir.
Vou decompor a matéria, as regras, as medidas, a sintaxe.
Misticamente vou-me reenergizar. Vou escrever. De uma forma tão simples como incisiva. Tão minha quanto viva.

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